VOZ DOS MARÍTIMOS
AÇORIANO ORIENTAL
SÁBADO, 24 DE ABRIL DE 2004
Coordenação: Liberato Fernandes,Luís Rodrigues e Ana Isabel Sousa
O senhor Pedro Amaral, de 29
anos, casado, com duas filhas é
pescador há 17 anos. Nasceu no
seio de uma família ligada à pesca,
na Ribeira Quente. É o segundo
ano que integra uma romaria.
Este homem do mar falou à Voz
dos Marítimos sobre a sua envolvência
nestas manifestações
de fé.
Voz dos Marítimos - O que motivou
o senhor Pedro a ir de romeiro?
Pedro Amaral - Gosto de fazer
parte das romarias.É uma sensação
boa. Uma "coisa" que nos toca.
É difícil explicar o que sentimos...
O primeiro ano que fui de
romeiro sofri muito. Pensava que
desistia. No entanto, ao aproximar-
me de novo da romaria fui
"tocado" por Deus. Insisto... é difícil
explicar, mas a fé faz-nos seguir
o caminho da penitência.
Pensei um pouco no que foi a vida
de Cristo, que se sacrificou
tanto por nós. Mostrei que também
se sofre por ele. Não foi só
Cristo a sofrer por nós...
V.M. - A participação nas romarias
partiu da sua iniciativa?
P.A . - No primeiro ano fui de promessa.
A minha sogra adoeceu e
eu prometi ir de romeiro se ela fica-
se melhor. Este ano fiz parte da
romaria por minha livre vontade.
V.M.- Enquanto os romeiros estiveram
na estrada, o seu barco partiu
para o mar?
P.A. - Por incrível que pareça o
barco ficou em terra. Era para a
embarcação sair para o mar, mas
surgiu um contra-tempo. E esta
acabou por ficar no porto. Durante
a romaria esqueci a pesca,
parecia que estava noutro mundo.
Há sempre um momento em
que se pensa na família. Faz-se
uma caminhada de fé e o resto fica
para trás.
V.M.- Quando parte para o mar recorda
a sua participação nas romarias?
P. A. - Sim. Ir de romeiro é uma
"coisa" que nos bate muito forte
no coração. Só quando fazemos
parte de uma romaria é que ficamos
a saber o que é ser "irmão".
V.M. - Quando está a pescar pensa
em Deus?
P. A. - Sempre. Antes de sair de casa
já o levo comigo. Nós sentimos
o risco e com Deus estamos protegidos.
Só pensando nele é que
nos sentimos seguros. Dizemos,
por vezes: "Ó Nosso Senhor deixa-
nos chegar a terra, que todos
nós nos safemos...".
V. M. - Entre os romeiros da Ribeira
Quente há muitos pescadores?
P. A. - Entre 50 a 60 por cento dos
irmãos do nosso rancho são pescadores.
AÇORIANO ORIENTAL
SÁBADO, 24 DE ABRIL DE 2004
Coordenação: Liberato Fernandes,Luís Rodrigues e Ana Isabel Sousa
O senhor Pedro Amaral, de 29
anos, casado, com duas filhas é
pescador há 17 anos. Nasceu no
seio de uma família ligada à pesca,
na Ribeira Quente. É o segundo
ano que integra uma romaria.
Este homem do mar falou à Voz
dos Marítimos sobre a sua envolvência
nestas manifestações
de fé.
Voz dos Marítimos - O que motivou
o senhor Pedro a ir de romeiro?
Pedro Amaral - Gosto de fazer
parte das romarias.É uma sensação
boa. Uma "coisa" que nos toca.
É difícil explicar o que sentimos...
O primeiro ano que fui de
romeiro sofri muito. Pensava que
desistia. No entanto, ao aproximar-
me de novo da romaria fui
"tocado" por Deus. Insisto... é difícil
explicar, mas a fé faz-nos seguir
o caminho da penitência.
Pensei um pouco no que foi a vida
de Cristo, que se sacrificou
tanto por nós. Mostrei que também
se sofre por ele. Não foi só
Cristo a sofrer por nós...
V.M. - A participação nas romarias
partiu da sua iniciativa?
P.A . - No primeiro ano fui de promessa.
A minha sogra adoeceu e
eu prometi ir de romeiro se ela fica-
se melhor. Este ano fiz parte da
romaria por minha livre vontade.
V.M.- Enquanto os romeiros estiveram
na estrada, o seu barco partiu
para o mar?
P.A. - Por incrível que pareça o
barco ficou em terra. Era para a
embarcação sair para o mar, mas
surgiu um contra-tempo. E esta
acabou por ficar no porto. Durante
a romaria esqueci a pesca,
parecia que estava noutro mundo.
Há sempre um momento em
que se pensa na família. Faz-se
uma caminhada de fé e o resto fica
para trás.
V.M.- Quando parte para o mar recorda
a sua participação nas romarias?
P. A. - Sim. Ir de romeiro é uma
"coisa" que nos bate muito forte
no coração. Só quando fazemos
parte de uma romaria é que ficamos
a saber o que é ser "irmão".
V.M. - Quando está a pescar pensa
em Deus?
P. A. - Sempre. Antes de sair de casa
já o levo comigo. Nós sentimos
o risco e com Deus estamos protegidos.
Só pensando nele é que
nos sentimos seguros. Dizemos,
por vezes: "Ó Nosso Senhor deixa-
nos chegar a terra, que todos
nós nos safemos...".
V. M. - Entre os romeiros da Ribeira
Quente há muitos pescadores?
P. A. - Entre 50 a 60 por cento dos
irmãos do nosso rancho são pescadores.
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