segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

MENSAGEM DE SAUDAÇÃO DO VIGÁRIO EPISCOPAL PADRE DR. OCTÁVIO MEDEIROS

UMA PASTORAL DE PRESENÇA
DE “TOALHA À CINTURA”


Em primeiro lugar, quero agradecer ao senhor Bispo a confiança que em mim depositou, ao mesmo tempo que lhe manifesto o afecto da minha veneração filial.
Saúdo com respeito e admiração o meu antecessor, Prof. Doutor Cipriano Franco Pacheco, actual Director espiritual do Seminário de Angra e professor de Filosofia;
Saúdo os meus colegas presentes nesta Eucaristia que, sem olhar aos sacrifícios, consideraram importante manifestar a sua amizade e solidariedade comigo, neste momento importante da minha vida sacerdotal;
Saúdo, igualmente, todos quantos desejariam participar nesta Eucaristia e que, por razões pastorais, não o puderam fazer;
Saúdo, também, os que, podendo estar presentes, não consideraram importante manifestar a sua solidariedade e comunhão fraterna.
Uma saudação muito afectuosa para os colegas que se encontram doentes: Mons. José Ribeiro, Pe. António Senra; Pe. Daniel Correia. Que Deus alivie as suas dores e as suavize com o óleo da consolação e o vinho da esperança.
Uma saudação merecida a todos os sacerdotes que consumaram a sua vida ao serviço desta Igreja e que, agora, se encontram Jubilados: Pe. Artur Pacheco Agostinho, Pe. Domingos Inácio Machado, Pe. Hermenegildo Oliveira Galante, Pe. José Moniz, Pe. Simas da Câmara Carreiro, Pe. António Manuel Rocha, Pe. João Raposo Leite, Dr. Artur Pacheco Custódio, Pe. Edmundo Manuel Pacheco, Pe. Manuel de Medeiros Sousa, Pe. José Gregório de Amaral, Pe. João de Jesus Lourenço, Pe. Leonardo Moniz de Medeiros, Mons. Weber Machado Pereira, Pe. Cláudio Medeiros Franco. Que Deus a todos recompense com muita saúde, paz e alegria.
Uma recordação para os que nos precederam na fé, e que já entraram no “gozo do seu Senhor”. Que gozem da presença e da amizade de Deus que, melhor do que ninguém, sabe recompensar com os 100 por cento.

A missão do Vigário

Quando os colegas indigitaram ao Senhor Bispo o nome de quem desejavam ver exercer as funções de Vigário Episcopal, sabiam o que esperar desse colega:
a) Garantir a representatividade oficial do Prelado diocesano;
b) Animar e coordenar a acção pastoral a nível de Ilha;
c) Presidir ao Conselho Pastoral de Ilha;
d) Presidir à Conferência de Ouvidores da Ilha.

São estas – e não outras – as funções que, publicamente, me comprometo desempenhar, o melhor que souber e puder. Não esperem de mim mais do que me é pedido por Provisão Episcopal. Portanto, não vou criar nenhuma diocese, não vou dividir para reinar, nem vou exceder as funções que me são atribuídas.

No exercício desta missão, que é mais pastoral do que representativo-administrativa, procurarei ser apostolicamente solícito e sacerdotalmente fraterno ao procurar fomentar e coordenar a actividade pastoral da Ilha e animar a vida do presbitério local em comunhão. Fá-lo-ei com a convicção de que é mais importante viver a comunhão no presbitério, do que lançar-me até à exaustão sozinho no ministério. É mais importante agir em comunhão, do que sozinho, mesmo que me considere capaz; ou seja, é mais importante a comunhão do que a acção. É mais importante, porque mais fecunda, a cruz do que os resultados muitas vezes aparentes. (D. Klaus Hemmerle, bispo de Achen, já falecido).
Este cargo reveste-se de importância pastoral, enquanto colaborador próximo do Bispo e solícito “irmão maior” dos sacerdotes, sobretudo dos que estão doentes ou em situações difíceis.

Se o cargo serve para contentamento do ego micaelense – como escreveu alguém – eu, micaelense e povoacense, não me revejo nesse ego. Aqueles que me conhecem – alguns consideram-me um padre pouco conhecido – penso que não me verão cair na tentação de vestir a roupagem do cargo. Prefiro, antes, as vestes académicas e as do SERVIÇO, pois, na Igreja, todos “somos servos inúteis” (Lucas 17:9-10).
Procurarei resistir, com todas as minhas forças ao “glamour” da cadeira. Desde muito novo, aprendi que somos nós que dignificamos os lugares e não os lugares que nos dignificam. Seguindo a lógica do Evangelho, o maior entre nós deve ser como o menor, e quem manda, como quem serve. Quem está sentado à mesa é maior do que quem serve. Mas Cristo está no meio de nós como quem serve (Luc. 22, 26-27). “O cristão encontra-se perante esta alternativa: ser servido (desejar ser servido) ou servir (desejar servir). Da sua opção depende não só o presente, mas também o futuro, de modo particular, a entrada na plenitude da vida. Podemos chegar diante de Deus apenas com o desejo, mas é preciso que seja o desejo de servir. Este desejo há-de rebentar as amarras do egoísmo, levando a vida a converter-se em doação – muito ou pouco, isso não compete a ninguém julgar, nem ao próprio. Deus providenciará” (Os santos: exemplos de vida cristã, Ecclesia). Esta convicção faz aumentar, ainda mais, o peso da responsabilidade das funções que hoje inicio e que desejo exercer numa atitude de serviço traduzida numa pastoral de presença de “toalha à cintura”.
Votos à parte – na Igreja de Deus não há vencedores nem vencidos, pois todos somos colaboradores de Deus (1Cor 3:6-11) e servos inúteis – confio na amizade dos colegas e espero a sua ajuda para levar a bom porto a missão que me foi confiada. Nunca somos demais para ajudar o povo desta ilha do Arcanjo a abrir-se à Palavra de Deus e continuar a sua caminhada de fé, com alegria e na esperança.
Como responsáveis por este Povo de Deus, não podemos permitir que a rotina nos assalte e domine, e nos faça esmorecer ou desviar do essencial.

Juntos, vamos contribuir para a construção da esperança radicada na fé e no amor a Cristo e aos irmãos. Juntos, vamos procurar testemunhar a alegria de sermos discípulos de Jesus Cristo, enviados a todos os esfomeados e mendigos do amor e da esperança (Cf. D. António Vitalino). Juntos, vamos procurar “descobrir a beleza e a alegria da vocação cristã e do acolhimento, como resposta e expressão da infinita ternura de Deus” (D. António Marto). Juntos, vamos trabalhar pela revitalização e crescimento da fé, da sua vivência espiritual e do seu testemunho nesta Ilha que amamos.
Que o Senhor nos conceda a graça de colaborarmos fraternamente para o bem do Seu povo. Que Deus faça com que cada um de nós acolha os dons de graça e de alegria evangélica que brotam da comunhão dos corações!
Queridos irmãos presentes nesta Eucaristia, rezai a Deus por mim e encomendai-me à protecção de Nossa Senhora Mãe de Deus, minha Padroeira e Mãe da Igreja.

Termino em jeito de Oração:

Senhor, Tu tens confiança em nós, no teu povo, apesar das nossas fraquezas e resistências. Vem com o teu Santo Espírito e concede-nos a graça de acolher o teu apelo a uma maior colaboração, interacção e comunicação entre as nossas paróquias e ouvidorias. Ajuda-nos, Senhor, a oferecer um testemunho cristão mais unido, mais eficaz, mais bem organizado e mais significativo nesta Ilha onde todos somos chamados a anunciar o Evangelho. AMÉN! (Adapatado de D. António Marto).
Que Deus se compadeça de nós e nos dê a Sua Bênção.

Ponta Delgada, 16 de Novembro de 2008

Pe. Octávio de Medeiros

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