RANCHO DE ROMEIROS RIBEIRA QUENTE / FURNAS- 2001 / 2019: III Romaria das Senhoras 15 de Março 2008

terça-feira, 11 de novembro de 2008

III Romaria das Senhoras 15 de Março 2008

MENSAGEM
Pela terceira vez saiu em Romaria as Senhoras, este ano rumo à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios na Lomba do Loução. O número de Senhoras este ano foi de 88, número que vem aumentando gradualmente. Este ano fizeram-se representar nesta Romaria, as Paróquias de São Paulo Ribeira Quente, Santa Ana Furnas, Senhora do Remédios Lomba do Loução e Alcaide, Senhora da Graça Faial da Terra e tivemos uma jovem da Ilha de Santa Maria, actualmente a estudar na Escola Profissional da Povoação.
Foi mais um dia de Caminhada, Fé, Sacrifício e Oração, brindada pela chuva no inicio e final da mesma. A saída aconteceu com um momento forte de oração e despedida à Virgem Maria pelas 04 horas da Madrugada. De seguida partimos rumo a Furnas, onde fizemos oração na Igreja de Nossa Senhora da Alegria. Caminhamos rumo à Povoação onde fizemos oração nas suas duas Igrejas e pelas 11 horas da Manhã chegamos à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios onde fizemos as nossas preces e louvamos com os nossos cânticos a Virgem Nossa Senhora. Seguiu-se o Almoço e partimos de regresso à Ribeira Quente onde terminamos pelas 18 horas com Eucaristia de Acção de Graças a nossa Caminhada de fé.
A Romaria das Senhoras foi novamente um momento forte de Graça e de Bênçãos e um convite à Conversão, mudança de vida e testemunho da nossa fé em Cristo Jesus. Foi um apelo forte a que construamos um mundo mais justo, mais fraterno, com verdadeiros valores humanos e religiosos.
A Romaria se Deus assim o permitir sairá novamente no próximo ano. Durante este ano se reunirá em Convívio as Senhoras que nela participaram. Vai-se eleger um grupo de responsáveis para organizar a próxima Romaria e para a realização de um regulamento, pois a Romaria das Senhoras para funcionar bem carece de um Regulamento com regras e normas a cumprir para evitarmos alguns abusos.
Que Deus continue a agir e a transformar a vida de quem nesta Romaria participou e continue a derramar as suas graças nas nossas paróquias.
Seja Louvado Nosso Senhor Jesus Cristo, com Sua e nossa Mãe Maria Santíssima.

O Irmão Mestre
Márcio Peixoto

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ORAÇÃO DO ROMEIRO

Senhor, que mandastes sair Abraão da sua terra e o defendestes em todos os caminhos, que acompanhastes o Vosso povo errante pelo deserto e nos visitas de Jesus, Vosso Filho, à Cidade Santa, um modelo para as nossas peregrinações, concedei-nos a Vossa protecção ao longo de toda a viagem que estamos a iniciar. Sede para nós, como a sombra que protege do sol, o agasalho que defende do frio, o abrigo que resguarda da chuva e da intempérie. Animai-nos no cansaço, socorrei-nos nas dificuldades, livrai-nos dos perigos! Ensinai-nos a aceitar a penitência da viagem, a sair do egoísmo para fazer comunidade, a ver-Vos na beleza do mundo, a amar-Vos nos homens, nossos irmãos. Ensinai-nos a desculpar, a compreender, a sorrir e a ajudar. E Vós, Virgem Maria, Senhora dos caminhos, das montanhas de Judá e das peregrinações ao Templo de Jerusalém, ajudai-nos a aproveitar este momento especial de graça. Guiados por Vós, Senhor, e pela Mãe do Vosso Filho, atingiremos com segurança o nosso fim, e reconfortados pela Vossa graça regressaremos sãos e salvos a nossas casas. Amem.

ROMEIROS DE SÃO MIGUEL

“A Romaria micaelense iniciou-se como consequência dos violentos sismos e erupções vulcânicas que abalaram Vila Franca do Campo em 1522 e 1563 respectivamente. Numa era em que os cataclismos naturais eram tidos como punição divina pelos pecados do Homem, os sacerdotes locais tais como o Frei Afonso de Toledo instigaram o povo à prática da devoção e procissões marianas, passando os micaelenses a peregrinar pelas capelas, igrejas e ermidas da ilha rogando a protecção da Virgem e intervenção Divina para a resolução de seus males e aflições. A Romaria decorre ao longo de oito dias, findando o itinerário no ponto de partida. Os participantes são, por norma, leigos que contam com a colaboração do clero durante toda a sua realização. O seu propósito é visitar "as casas de Nossa Senhora". O itinerário é pré-estabelecido e sua efectivação a cargo do Mestre do grupo. Actualmente, a pernoita e a esmola de outrora foram substituídas por uma organização mais em sintonia com os nossos tempos. Providencia-se com a devida antecedência a colaboração das paróquias ao longo de todo o percurso previsto para a romaria, e onde os paroquianos acolhem os romeiros em suas casas, facultando-lhes a refeição da noite e água quente com sal para os pés fatigados e lacerados pela caminhada. O romeiro porta ao ombro o saco de alimentos para as demais refeições da jornada. A Avé Maria é o cântico predominante de toda a romaria, sendo o Pai Nosso ofertado em silêncio enquanto a Glória é rezada somente nas paragens efectuadas durante a jornada. O Grupo faz-se acompanhar à retaguarda de um Procurador de Almas cuja missão é recolher e quantificar os pedidos de oração das gentes que possam porventura encontrar pelo caminho. O requistante deverá, por sua vez, recolher-se e rezar igual número de Avé Marias quanto os romeiros que encontrou. O Lembrador das Almas recorda os falecidos que jazem nos cemitérios do percurso, instigando os romeiros à oração por suas almas. O Romeiro ostenta o bordão, xaile, lenço e saco ao ombro. Leva ainda dois terços, um ao pescoço e outro na mão para a oração durante o decurso de toda a romaria. Foto de: Eduardo Wallenstein. Excertos do texto de “etnografia – Romeiros” de autoria de : http://www.adiaspora.com/_port/etnogra/romeiro/index.htm