quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Para Meditar - Infinito frio


Há dias em que me falta o oxigénio para as sílabas. Este é um dia deles.
Porque a nossa massa é a mesma, embora o diga a mim próprio, digo-o para todos nós:

Nos momentos de maior desamparo,
de maior abandono ou aparente ausência;
nesses momentos
que fizeram gritar o próprio Jesus Cristo, sim, gritar de dor dizendo:
- Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?

Quando te pareça que estás sozinho
num infinito frio, hostil e solitário
e não tiveres refúgio nem nada a que te agarres, pensa:


«Por muito que eu me ame a mim mesmo,
Deus ama-me infinitamente mais...»


Eu não me amo a mim mesmo
senão desde o tempo em que passei a fazer uso da razão.
Deus, pelo contrário, já me amava antes de eu nascer.
Que digo? Em si mesmo me amava desde toda a eternidade,
desde todas as eternidades.

Ele ama-nos infinitamente.
Assim quanto me aconteça
por duro e inexplicável que seja à evidência,
tem por força de acontecer para meu bem...


(Henrique Manuel / Livro: mas há Sinais...) Rádio Renascença - Momentos de Reflexão
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