quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Para Meditar - Rasuras

Tu sabes, Senhor, como tenho medo das palavras e como elas me cansam. Sei que há palavras que escrevendo-as nos escrevem. E que ao dizê-las nos perseguem, mas isso não me impedirá de ser livre e de procurar pôr nelas lingotes de ternura, moedas de oiro vivo, amigos, coisas simples; a vida...
Hoje, peço-te que nos ajudes a começar este dia livres das feridas do passado.
Falo-te por experiência. Às vezes também dou comigo a pegar em certas páginas do meu passado, a relê-las, a rasurá-las. Tempo perdido, o das rasuras. É inutil procurar pássaros nos ninhos do passado.
Hoje, peço-te que nos preserves da crítica cerrada que nos fazemos a nós próprios, que nos amarfanha e mata.
Cabem muitos caminhos dentro da nossa vida sempre breve, mas em todos há mensagens. Ajuda-nos a lê-las, a tomar notas imprescindíveis, e ao lançar os passos para diante.
Erramos porque somos humanos, mas que isso não nos impeça de cantar todos os dias ao levantar; não nos impeça de acreditar que a coerência da pessoa está na luta que tem consigo mesma.
Erramos, deixamos muitas coisas perdidas pelo caminho, mas que isso não nos impeça de acreditar que aquilo que perdemos continua a ser nosso enquanto procuramos.
Também a
«Ave canta, mesmo que se parta o ramo, porque sabe que tem asas».

(Henrique Manuel / Livro: mas há Sinais...) Rádio Renascença - Momentos de Reflexão

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